quarta-feira, 25 de abril de 2012

O que liberta é também prisão




Sobre liberdade

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"

Evocar esse texto em nada prova que somos realmente livres. É comum o cristão dizer que é livre; basta faze-lhe a seguinte pergunta: você é livre de quê? Provavelmente a resposta será: "do pecado, eu sou livre do pecado." Faça então a segunda pergunta: "então você não peca mais?" Analise o tipo de resposta que terá. No fundo mesmo, ninguém é livre do pecado... (É importante que tenhamos uma definição mais clara do que realmente é pecado; o mesmo pode-se dizer sobre a doutrina do pecado original. Seria proveitoso e libertador que tal conceito fosse revisto e, consequentemente rejeitado como doutrina absoluta). Se os cristãos forem sinceros consigo mesmo reconheceriam que dizer "eu sou livre do pecado" não passa de uma simples confissão que em nada mudará a realidade em que vive.

 A religião mais aprisiona que liberta. Lembro-me de uma letra da música do Zeca Baleiro, diz assim: "o que liberta é também prisão". Religiosos são presos à tradições e conceitos. Boa parte dos cristãos atuais vivem presos em uma moda do século XIX, e ainda pregam uma doutrina da Idade Média... Ser cristão hoje, é ser prisioneiro eclesiástico da igreja em que se congrega. Eu particularmente rejeito essa liberdade aprisionante, e por mais que preguem liberdade em sua face está a marca de prisioneiros cumprindo pena. Nesse momento estou lendo Andrés Torres Queiruga, leia comigo um trecho do livro Creio em Deus Pai:

Nós, cristãos, nem sempre temos sabido refletir em nossos próprios rostos a alegria de Deus: desde o escrúpulo até a angústia, desde a estreiteza de espírito até a inimizade contra o corpo, desde um asceticismo não integrado até um legalismo sem calor... damos demasiadas vezes a impressão de que somos pessoas mais presas do que libertas por seu Deus. (pág 191)

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