terça-feira, 5 de julho de 2016

Há meros devaneios tolos a me torturar



No livro o Mito de Sísifo, Alberto Camus diz que a grande questão da filosofia é "porque eu não me mato?". Se você lembra do mito de Sísifo saberá que ele foi condenado pelos deuses a rolar uma pedra gigante até o topo de uma montanha, e, cada vez que ele chegava ao topo, a pedra rolava para baixo, novamente ele ia buscar e fazia todo o trabalho novamente e isso ad ifinitum. Daí surge a pergunta de Camus: porque não se matar e assim pôr um fim a todo esse trabalho em vão; a toda essa existência sem sentido, visto que não há esperança alguma?. Porque? Em algum livro que li, Nietzsche diz "Invejo aqueles que não tem esperança". Por que? porque não podem ser torturados com a esperança de dias melhores. A isso, Nietzsche chamará de Amor Fati, isto é, amor ao destino tal como ele é. Sabe, minha mente às vezes é um turbilhão de pensamentos, eu fico muito confuso com a vida, com a existência, com tudo... É como se minha consciência fosse minha enfermidade. Enfermidade sem cura. O que eu faço? É uma pergunta cuja resposta imagino que nunca terei. Assim como não tenho uma resposta para Camus: porque não me mato? Talvez nunca encontre uma resposta. O que me cabe então? Afivelar a máscara no rosto. Máscara de que está tudo bem... Sou forte e alegre com a vida que levo. O que há por traz da máscara? Definitivamente não é um homossexual ressentido (tenho certeza disso, tive o dobro da minha idade em mulheres. Amores que eu tive amores que me tiveram), mas é um cara sensível... que chora escondido, que tem um vazio imenso no coração e que é acompanhado por uma amiga: Solidão. Mesmo estando rodeado por pessoas, nunca me senti tão só como ultimamente. Ela (a Solidão) constantemente sussurra no meu ouvido: porque não se mata e para de carregar essa pedra? Não sei amiga. Minha vida quer fluir mas no  meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra no meio do caminho. Sei que tenho um potencial incrível (sem falsa modéstia) e sei que um ou outro me inveja, no caso, a minha vida. Já me disseram que tenho uma esposa linda, uma filha maravilhosa, que sou um cara inteligente... E eu invejando qualquer um só por não ser eu. Pode isso? Deixa eu lidar com minhas pedras e conversar com minha amiga Solidão.

Há meros devaneios tolos a me torturar!

Carta de um cara qualquer.

Abraços