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Mostrando postagens de maio, 2012

Repensando conceitos teológicos:Deus além de Deus

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Quando você ora (ou reza) e pensa em Deus, o que lhe vem à mente? Certamente essa é uma pergunta difícil. Mesmo assim, ousarei dissertar sobre ela sabendo que, não chegaremos a nenhuma conclusão: o falar sobre Deus sempre permanecerá inconcluso; jamais haverá um fim. A temática que apresento nesta postagem e em outras que se seguirão estão dentro do seguinte tópico: Repensando os conceitos teológicos.  Esta será minha proposta: repensar conceitos antes sedimentados pela teologia tradicional, cristalizados no tempo e que hoje, não faz o menor sentido para o homem contemporâneo. A enxurrada de livros teológicos produzida hoje em dia, não passa de um "cemitério teórico", tautológico e desprovido da vida humana. Confesso que repensar um conceito tão forte em sua carga cultural requer coragem e ousadia. Alguns mentores me ajudaram nesta mudança conceitual: Paul Tillich , para mim este foi um dos maiores teólogos do séc XX (inclusive a ideia de "Deus além de Deus" é d...

A religiosidade do capitalismo

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O corpo textual está no livro: Desejo mercado e religião , do Jung Mo Sung. Boa leitura. Quando falamos da religiosidade do capitalismo é preciso ter em mente que as sociedades modernas não romperam totalmente com a visão mítico-religiosa das sociedades medievais. Na Idade Média, o Paraíso, ou a utopia, era objeto de uma esperança escatológica. Ele se localizava após a morte e o fim da história, e era fruto da intervenção divina. Na modernidade esta utopia (paraíso) foi deslocada da transcendência pós-morte para o futuro, no interior da história humana. Agora a utopia não é mais vista como fruto da intervenção divina pós-morte, mas sim fruto do progresso tecnológico. É o chamado "mito do progresso" (vide Celso Furtado). Com esse mito, desaparece a noção do limite para ações humanas e surge a ideia de que querer é poder. Com essa transformação da noção da utopia e da ação humana, a modernidade é portadora de uma boa nova que concorre com as boas-novas religiosas t...

A epistemologia do autoconhecimento introspectivo

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"Não somente o vento dos acontecimentos me agita conforme o rumo de onde vem, como eu mesmo me agito e perturbo em consequência da instabilidade da posição em que esteja. Quem se examina de perto raramente se vê duas vezes no mesmo estado. Dou à minha alma ora um aspecto, ora outro, segundo o lado para o qual me volto. Se falo de mim de diversas maneiras é porque me olho de diferentes modos. Todas as contradições em mim se deparam, no fundo como na forma. Envergonhado, insolente, casto, libidinoso, tagarela, taciturno, trabalhador, requintado, engenhoso, tolo, aborrecido, complacente, mentiroso, sincero, sábio, ignorante, liberal, avarento, pródigo, assim me vejo de acordo com cada mudança que se opera em mim. E quem quer que se estude atentamente reconhecerá igualmente em si, e até em seu julgamento, essa mesma volubilidade, essa mesma discordância. Não posso aplicar a mim mesmo um juízo completo, simples, sólido, sem confusão nem mistura, nem o exprimir com uma só palavra. ...

X-men, Kierkgaard e a (in)tolerância II

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Os X-men reais Como vimos na primeira parte dessa reflexão, os x-men representam simbolicamente uma comunidade de excluídos da sociedade, e esta por sua vez é intolerante com aqueles que são diferentes. Notamos também que os x-men lutam por um mundo mais tolerante apesar do mal e perseguição a que são submetidos.   Poderíamos comparar os x-men com qualquer grupo que sofre repressão por sua diferença genética, escolha pessoal ou condição determinante, ou seja, são forçados a ocupar certo lugar - geralmente desfavorável - na hierarquia social. Podemos citar como exemplo: Os negros; Os deficientes físicos e/ou mentais; As mulheres ( o machismo ainda é muito forte); Os homossexuais; Os pobres.  Esses talvez sejam os x-men atuais.