Paradoxo do hipócrita
"O homem não suporta sua realidade. Não se vê como é. Como dizemos hoje em dia, o homem é ideológico a respeito de si mesmo. Produz imagens irreais sobre o seu próprio ser." Paul Tillich Utilizo aqui o texto tillichano como pano de fundo para aquilo que eu chamo de o paradoxo do hipócrita. Isto é, o homem sempre representa um papel, tanto para a sociedade, quanto para si próprio. As imagens irreais que ele produz sobre si são sempre nobres, mesmo que ele seja um canalha. Neste sentido, a filósofa brasileira Márcia Tiburi diz que: É muito fácil encontrar alguém com um temperamento melancólico que costume se autodepreciar. Há quem se diga feio, burro, mau, louco. Ninguém, no entanto, se autointitula canalha, adjetivo que expõe o máximo grau subjetivo da falta de ética. Infelizmente, o canalha se esconde. Mas mesmo que se mostrasse, a exposição de sua verdade não seria suficiente para mudar seu rumo subjetivo. A escolha do canalha está sempre dada: ele vai escolher em favor ...