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Mostrando postagens de junho, 2016

Epiphania na Casa dos Budas ditosos - erotismo e redenção

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"como tinha razão o Nelson Rodrigues: se todo mundo soubesse da vida sexual de todo mundo, ninguém se dava com ninguém" - A Casa dos Budas ditosos, pág 52 Enquanto tu morrias eu te abraçava numa fúria alagada, numa sórdida doçura, minha alma era tua? o desejo era demasiado para a carne, que grande fogo vivo insuportável, que luz-ferida, que torpe dependência uma outra Hillé sussurrava muito fria e altiva, uma outra Hillé fingindo mansidão e langor, roliça, passiva, perla sobre o fastídio de los mármores. Me queres? Claro."                                                             - A obscena Senhora D., pág 54 SONNETO DO COITO NA PENUMBRA [1627] Em pleno "frango assado" está o casal A xota, penetrada, se arreganha. O pau, indo e voltando, dá signal de que ja vae gozar onde se banha... - Poesia Vaginal, pág 67 Eu ...

Sinceridade e abandono - carta de alguém que desistiu e prefere manter o silêncio*

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  Eu me importei demais, talvez você nem imagine o quanto eu fui louca por você. Eu fiquei cega, fui inconsciente e imprudente com as minhas atitudes. Abri mão de muita coisa, estendi os meus dois braços e servi como apoio, quando a sua estrutura estava frágil. Me prejudiquei, mas nunca cheguei atrasada. Sempre estive adiantada, com surpresas, um colo quente, um carinho antes de dormir e, principalmente, com a minha indescritível ânsia em acertar, e te oferecer tudo aquilo que eu julguei que você merecesse ter e sentir. Acho que eu fui demais, para alguém de menos. Atropelei as nossas diferenças, que cedo ou tarde, eu sabia que iriam me dar um tapa na cara.   Dito e feito, eu apanhei e acordei para a vida… Quando os relacionamentos começam, temos o defeito de acreditar que estamos vivendo um conto de fadas. Nos iludimos com cada besteira, que parece ser impossível acontecer. Fazemos planos com alguém que nem conhecemos. Por vezes, esse desespero pode ser justificad...

Morte e suicídio em Bento Espinoza - conceito de caráter naturalista e "homicídio" imaginário

Por Erivan Silva "Não sou mais aquele, não sou outro,  sou a poeira da ampulheta virada para baixo,  depois para cima, uma partícula do meu próprio cosmo que o  tempo sopra para debaixo desse ciclo, nada mais,  porque sei que lá atrás outros em mim existiram  e lá adiante outros se multiplicarão na minha pele  apesar dessa carcaça que se encolhe, se enruga,  se transforma desde o ventre e se flagela com o passar dos anos.  Passa, tempo! Passa logo tuas plumas de pedra no meu rosto  e encerra essa história com os teus pulsares de silêncio,  não peço mais do que isso, porque sabes que minha força  parece derivar justamente do drástico, do derradeiro, do quase abismo." * "Quando abriu o quarto selo, ouvi o quarto animal exclamar: Vem! E eu vi: era um cavalo esverdeado. Quem o montava chama-se "a Morte", e o Hades o acompanhava." (Ap 6.7-8 TEB) A morte é a grande muságete (1) da filosofia. Sua inspiração. Sua i...