ÍCONES DA DECEPÇÃO
"Se loucura... Se é verdade...?" Castro Alves Um ícone em liguagem teológica significa um símbolo que aponta para algo além dele mesmo. O ícone, portanto, é um símbolo idealizado ( fenômeno ) mas não a coisa em si ( numenos ). Guardadas as devidas proporções, ao menos dois intelectuais se posicionavam em meu horizonte teórico, como ícones perfeitos. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o filósofo brasileiro e até então ministro da pasta de Direitos Humanos Silvio Almeida. Ambos foram para mim ícones da intelectualidade e até motivo de orgulho. Boaventura chegou a escrever um livro em parceria com a ilustre Marilena Chauí; Silvio Almeida ficou mais conhecido com a elaboração do conceito já desgastado de "racismo estrutural". Negro, diretor e presidente do Instituto Luiz Gama, Almeida era o símbolo da resistência negra; a passagem da invisibilidade para a visibilidade. Era o nosso Franz Fanon. O horizonte foi borrado. Ícone era na verdade ídolo, ou seja