PARADOXO DA MORAL




No interior do mínimo ético, a consciência de si pode aparecer, em certos casos, como o elemento mais pesado da nossa bagagem, quando se acumula nela o estoque das nossas lembranças, das nossas tradições e dos nossos preconceitos.

Porque a consciência de si é, como a própria liberdade, uma faca de dois gumes: ela é libertação reflexiva que põe fim à indivisão vegetativa; mas, na medida em que às vezes é introversão e retroversão, também é perversão e nos desvia da nossa vocação, que é agir e amar: nisso mesmo, ela pode se tornar pérfida e sutilmente falaciosa.

JANKÉLÉVITCH, Vladimir. O paradoxo da moral. São Paulo: WMF Martisn Fontes, 2008, p. 221

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