sexta-feira, 21 de junho de 2013

O ano em que sonhamos perigosamente



Já faz algum tempo que li o livro O ANO EM QUE SONHAMOS PERIGOSAMENTE do filósofo esloveno Slavoj Ziziek. Me surpreendi ao encontrar semelhança entre seu texto e os acontecimentos repercutidos em todo território nacional. Somente para citar alguns trechos do capítulo "Inverno, primavera, verão e outono árabes":

"Quando um regime autoritário se aproxima da crise final, sua dissolução, via de regra, segue dois passos. Antes do colapso real, acontece uma misteriosa ruptura: de repente, as pessoas percebem que o jogo acabou e simplesmente deixam de sentir medo. Além de o regime perder sua legitimidade, o próprio exercício do poder é visto como uma impotente reação de pânico." (pág.71)

 E ainda:

 "O que complica mais as circunstâncias é a situação econômica, que piora rapidamente - mais cedo ou mais tarde, isso levará às ruas milhões de pobres, amplamente ausentes nos eventos da primavera, que foram dominados pela jovem classe média instruída. A nova explosão repetirá a explosão da primavera, levando-a à sua própria verdade, impondo aos sujeitos políticos a escolha cruel: quem conseguirá se tornar a força que comandará a fúria dos pobres, transformando-a em programa político?" (pág.79) 

A pergunta talvez não seja essa visto que os caroneiros políticos foram lançados do trem do movimento espontâneo social. Não há espaço para políticos ou a grande mídia; Não há um líder em especial. Acho que a melhor pergunta seria: O que acontecerá amanhã? Como essa explosão emancipadora será traduzida em uma nova ordem social?

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