sexta-feira, 21 de junho de 2013

O toque da morte

Quando ela me tocar, não me trará prazer. Nem sei que sensação me causará!
Não sentirei o calor do seu toque, senão o gelo de sue lençol.
Ela nunca me tocou; quando me tocar será só por uma vez. Por uma única vez. Não permitirei mais que isso! A natureza não permitirá.
Antes de me tocar, pode me contemplar.
Me contempla no quarto
Me deixa apavorado por tua presença.
Sua doente! Sua louca!
Olho para a porta olho para ti
Confundo entrada com saída 
Jamais saberei se estou entrando ou se estou saindo ao cruzar aquela porta.
Que importa?
Já me deixastes fascinado além de curioso
Abre, abre logo essa porta
Abre, abre, abre que eu quero passar!
Não me venhas com dó de última hora.
Tua misericórdia? Não quero...
Vem toma a minha mão
Deixa então que eu te toque e vamos sair daqui.
Morte desgraçada!
Morte vagabunda! Morre tu de dor ou de prazer, só me deixa em paz!
Não me toque! Não me toque!
Desculpe, eu estou de cabeça quente...
Falei demais...
Vamos ser amigos?
Vou pegar meu violão. Eu toco e tu canta com o vento!
vamos fazer uma música final
Uma música cuja introdução seja estribilho e conclusão.
Só usaremos acordes menores... Bem tristes!
Aliás, deixa que eu cante e morra cantando.
Tu, tu apenas tocas
Toca
toca-me
E faz de mim uma melodia
Faz da minha vida uma música
Toca
Toca em mim
Pela última vez! Antes de me levar à eternidade!

ERIVAN SILVA

Nenhum comentário:

Postar um comentário