sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Ela veio (Milagredoce)


Por Εριβαν Σιλβα

Ela veio noutro corpo
Retornou a mim.
Sem que eu esperasse.
Bateu a porta e foi entrando. Pensei que a porta estava trancada: Não pra ela.
Malas cheias de dores, temores, amores, memória e história foram largadas na entrada do esquerdo batimento.


Achei que já tinha superado... Que tudo fosse passado.
Engano defasado. Orgulho esmigalhado.

Ela voltou.
Com o mesmo sorriso, com os mesmos olhos e o como me olha.
Com o mesmo jeito, trejeito de andar de expressar...
Veio com a mesma alma.
Exalando aquele perfume.
Com a calma que sempre teve.
Malas cheias de dores, temores, amores...

Ela veio
Com a mesma voz
Ela veio com o mesmo nome; não sobrenome, este é meu: Silva.
Meu Silva, minha Silva.
Silvestre.
Planta Silvestre regada com sal. Alimentada com lençóis de fogo subterrâneo.
Rizoma sofrível que toma conta do horizonte do solo em pó.
Do pó tornará, do pó veio do pó. Renascida ferida.
Ela veio.

Ela veio com o mesmo nome.
A mesma Camisa veste de quando foi.
Lou de Nietzsche Salomé do Batista, me fez perder a cabeça; me fez louco.

Mulher de vidro
Milagredoce.
Lado Amargo; lado Amor.

Veio no dia das crianças, de mim fez de novo menino sem presente: só passado.

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